Sintomas psicopatológicos, estratégias de resolução de problemas e saúde do recém-nascido no período perinatal

Contenido principal del artículo

Ana Paula Forte Camarneiro
João Manel Rosado de Miranda Justo

Resumen

Enquadramento: O período perinatal constitui vulnerabilidade psicológica para mulheres e
homens. Mecanismos de resolução de problemas poderão ser importantes na vivência saudável da perinatalidade e na saúde do bebé. Objetivos: Compreender a relação entre sintomas psicopatológicos (SPP) e resolução de problemas (RP) na gravidez e pós-parto, em mulheres e homens; comparar SPP e RP entre gravidez e pós-parto em mulheres e homens; analisar as diferenças nos SPP por um lado e na RP por outro lado, consoante a saúde do bebé ao nascer. Métodos: Estudo longitudinal e prospetivo. Amostra de 134 mulheres e homens na gravidez, parto e pós-parto. Instrumentos: Questionário Sociodemográfico e Clínico; BSI (Derogatis, 1993); IRP (Vaz-Serra, 1988). Resultados: Entre BSI e IRP, as correlações significativas são negativas. Entre períodos pré e pós-natal, mulheres e homens mostraram correlação positiva significativa nos SPP e na RP (exceto abandono passivo, nas mulheres, e confronto e resolução ativa dos problemas, nos homens). No período pós-natal, mulheres aumentaram significativamente obsessões-compulsões, sensibilidade interpessoal, depressão, hostilidade, ideação paranóide, psicoticismo, índice geral de sintomas, índice de sintomas positivos (ISP), e controlo interno/externo dos problemas (CIE). Os homens aumentaram ISP e CIE. A saúde do bebé ao nascer não foi diferente conforme SPP e RP das mulheres e homens na gravidez, embora a depressão pré-natal dos homens que vieram a ter bebés com problemas estivesse mais elevada, com significância marginal. No pós-parto, mães de bebés com problemas pontuaram menos na RP pedido de ajuda. Nos pais, observou-se resultado semelhante, com significância marginal. Conclusões: No período perinatal, as mulheres apresentam trajetória diferentes e mais complexas que os homens. As mulheres têm sintomas psicopatológicos pósnatais em maior número e intensidade. Mães de bebés com problemas ao nascer mostram dificuldade em pedir ajuda no período pós-natal. Nos homens existe grande concordância nas variáveis psicológicas pré e pós-natais. É necessário prestar apoio psicológico às mulheres nesta fase da vida.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Cómo citar
Forte Camarneiro, A. P., & Rosado de Miranda Justo, J. M. (2019). Sintomas psicopatológicos, estratégias de resolução de problemas e saúde do recém-nascido no período perinatal. Revista INFAD De Psicología. International Journal of Developmental and Educational Psychology., 2(1), 31–40. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2019.n1.v2.1385
Sección
Artículos
Biografía del autor/a

João Manel Rosado de Miranda Justo, Universidade de Lisboa

FPUL – Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

Citas

Almeida, C. P., Sá, E., Cunha, F. F., & Pires, E. P. (2012). Common mental disorders during pregnancy and babys development in the first year of life. Journal of reproductive and Infant Psychology, 30(4), 341-351. DOI: 10.1080/02646838.2012.736689.

Austin, M. P. (2010). Classification of mental health disorders in the perinatal period: future directions for DSM-V and ICD-11. Archives of Women Mental Health, 13(1), 41- 44. DOI:10.1007/s00737-009-0110-5

Canavarro, M. C. (1999). Inventário de sintomas psicopatológicos – B. S. I.. In M. R. Simões, M. M. Gonçalves, & L. S. Almeida (Eds.), Testes e Provas Psicológicas em Portugal (pp. 95-108). Vol. 2. Braga: APPORT.

Colman, L., & Colman, A. (1994). Gravidez - a experiência psicológica. Lisboa: Colibri.

El Marroun, H., Zou, R., Muetzel, L. R., Jaddoe, V. W., Verhulst, F. C., White, T., & Tiemeier, H. (2018). Prenatal exposure to maternal and paternal depressive symptoms and white matter

microstructure in children. Depression & Anxiety, 35, 321–329. DOI: 10.1002/da.22722.

Ford, E., Lee, S., Shakespeare, J., & Ayers, S. (2017). Diagnosis and management of perinatal depression and anxiety in general practice: a meta-synthesis of qualitative studies. British Journal of General Practice, 67(661), 538-546. DOI: 10.3399/bjgp17X691889.

Gerner, L. (2005). Exploring prenatal attachment: factors that facilitate paternal attachment during pregnancy. PhD Dissertation. California School of Professional Psychology. Fresno Campus.

Gourounti, K., Anagnostopoulos, F., & Lykeridou, K. (2013). Coping strategies as psychological risk factor for antenatal anxiety, worries, and depression among Greek women. Archives of Women Mental Health, 16, 353–361. DOI: 10.1007/s00737-013-0338-y.

Johnson, M.P., & Baker, S.R. (2004). Implications of coping repertoire as predictors of mens stress, anxiety and depression following pregnancy, childbirth and miscarriage: a longitudinal study. Journal of Psychosomatic Obstetrics and Gynecology, 25, 87-98.

Johnston, R.G., & Brown, A.E., (2013). Maternal trait personality and childbirth: The role of extraversion and neuroticism. Midwifery, 29, 1244–1250. DOI: 10.1016/j.midw.2012.08.005

Justo, J., Bacelar-Nicolau, H., & Dias, O. (1999). Evolução psicológica ao longo da gravidez e puerpério: um estudo transversal. Revista Portuguesa de Psicossomática, 1(1), Jan./Jun., 115-129.

Kao, C-H., & Long, A. (2004). First-time Taiwanese expectant fathers’ life experiences during the third trimester of pregnancy. Journal of Nursing Research, 12(1), 60-70.

Mateos, L.M.F., Cabaco, A.S., Gil, S.M., Lancho, M.C.P., & Díez, S.G. (2014). Hipervigilancia emocional en la mujer gestante: factores psicosociales. International Journal of Developmental and Educational Psychology. INFAD Revista de Psicología, 1(1), 229-242.

Newman, L., Judd, F., Olsson, C. A., Castle, D., Bousman, C., Sheehan, P., … Everall, I. (2016). Early origins of mental disorder – risk factors in the perinatal and infant period. BMC Psychiatry, 16, 270. DOI: 10.1186/s12888-016-0982-7.

O Conner, T.G., Monk, C., & Fitelson, E. M. (2014). Practitioner Review: maternal mood in pregnancy and child development – implications for child psychology and psychiatry. Journal of Child

Psychology and Psychiatry, 55(2), 99-111. DOI: 10.1111/jcpp.12153.

van der Knaap, N. J. F., Klumpers, F., El Marroun, H., Mous, S., Schubert, D., Jaddoe, V. … Fernández, G. (2018). Maternal depressive symptoms during pregnancy are associated with amygdala hyperresponsivity in children. European Child & Adolescent Psychiatry, 27(1), 57-64. DOI: 10.1007/s00787-017-1015-x.

Vaz-Serra, A. (1988). Um estudo sobre coping: o inventário de resolução de problemas. Psiquiatria Clínica, 9(4), 301-316.