A perceção da mulher sobre a viol´ência obstétrica no ciclo gravídico puerperal: uma scoping review
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Resumen
Introdução: A violência obstétrica é um tipo de violência de género, caracterizada por qualquer tipo de abuso sofrido por mulheres durante a gravidez, parto e/ou puerpério. Portugal apresenta uma prevalência média de violência obstétrica três vezes superior à média europeia. Esta é uma temática que só se começou a investigar neste século, em especial na última década. No entanto, a maioria das investigações desenvolvidas são relacionadas com os profissionais de saúde e não abordam a violência na perspetiva das mulheres, pelo que estudar esta problemática nos parece relevante. Objetivo: Mapear a evidência científica sobre a forma como as mulheres percecionam a violência obstétrica durante a gravidez, parto e puerpério. Metodologia:Foi realizada uma Scoping Review, segundo o método proposto pelo Instituto Joanna Briggs, a partir da questão de pesquisa “Como é percecionada a violência obstétrica pelas mulheres durante a gravidez, parto e puerpério?”. Foram incluídos estudos publicados em português, inglês e espanhol. E a pesquisa foi realizada em várias bases de dados(CINAHL Complete, MEDLINE Complete, Cochrane Database of Systematic Reviews,e MedicLatina), tendo sido incluídos 17 artigos, aos quais se associaram três de literatura cinzenta. Resultados: As mulheres percecionam como violência obstétrica as manobras e/ou protocolos hospitalares consentidos ou não, os abusos verbais e humilhação/desrespeito, a negligência, abandono e falta de sensibilidade dos profissionais de saúde, restrição de presença de acompanhante, falta de conhecimento em relação à violência e ainda a falta de respeito por opções das mulheres. Conclusões: Os episódios de violência obstétrica são comuns durante todo o ciclo gravídico- puerperal, porém a perceção das puérperas é escassa e confirma-se mesmo o desconhecimento do termo, o que contribui para que seja um assunto subvalorizado, apesar das repercussões que pode ter no seu bem-estar.
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