Comunicação e gestão da antibioterapia em cuidados paliativos: uma revisão narrativa

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P. Dias
G. Quintas
S. Maia
R. Ribeiro
D. Cunha

Resumen

Introdução: Os Cuidados Paliativos (CP) melhoram a qualidade de vida das pessoas com doença limitante de vida e das suas famílias, sendo considerados cuidados ativos e coordenados, que asseguraram que o princípio da autonomia é respeitado. Desta forma, discutir o uso de antibióticos em CP, releva particular importância na  tomada de decisão. Objetivo: Compreender de que forma o processo de comunicação influencia a tomada de decisão relativa ao recurso a antibioterapia em pessoas em fim de vida. Metodologia: Foi realizada uma revisão narrativa nas bases de dados MEDLINE Complete, CINAHL Complete, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Databases of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register e PubMed. Resultados: Foram incluídos 14 estudos focados na comunicação sobre o uso de antibióticos em CP, dando resposta ao objetivo de estudo. Os dados foram organizados em sete categorias, tendo como referencial a Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural de Leininger: comunicação e interação, tomada de decisão, cuidado culturalmente sensível, qualidade dos cuidados, educação e formação, envolvimento dos profissionais de saúde, ética e responsabilidade. Discussão de Resultados: O uso de antibióticos no final de vida deve considerar rigorosamente os benefícios, as diretrizes para o seu uso adequado e o impacte na qualidade de vida da pessoa, devendo esta ser envolvida na tomada de decisão, privilegiando o princípio da autonomia e contribuindo para a qualidade dos cuidados. A formação em comunicação é essencial, para garantir um cuidado humanizado, alinhado com os valores das pessoas. Conclusões: A comunicação eficaz, respeitando as preferências das pessoas, é essencial para decisões adequadas em CP, sendo que a falta de discussões claras leva a decisões desalinhadas com os desejos das pessoas, comprometendo a continuidade e a qualidade dos cuidados, destacando-se a importância da formação contínua.

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Biografía del autor/a

P. Dias, Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica do Hospital da Luz Arrábida Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e

Psiquiátrica do Hospital da Luz Arrábida

Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

G. Quintas, Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-cirúrgica Unidade Local de Saúde de Santo António Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-cirúrgica

Unidade Local de Saúde de Santo António

Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

S. Maia, Enfermeira da Unidade Local de Saúde de Santo António Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

Enfermeira da Unidade Local de Saúde de Santo António

Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

R. Ribeiro, Enfermeira da Unidade Local de Saúde de Santo António Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

Enfermeira da Unidade Local de Saúde de Santo António

Mestranda do 3.º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica

D. Cunha, Projessora Adjunta convidada da Escola Superior Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa

Projessora Adjunta convidada da Escola Superior

Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa

Cómo citar

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