Jovens maranhenses de escola família agrícola: do eu obrigatório/ideal ao eu atual

Contenuto principale dell'articolo

Judite Zamith Cruz
Marly Costa

Abstract

Constatada a instalação, no Brasil, de Escolas de Campo, foi no Maranhão que a Pesquisa Ação foi “fundamentada” (grounded). Para o efeito, analisámos textos mistos (Rose, 2005). Procurámos compreender o insucesso escolar, utilizando-se “técnicas para se estabelecerem comparações” (Strauss e Corbin, 1990, pp. 77-81, pp. 84-91), entre falas, textos e desenhos, na turma de 5ª série, da Escola Família Agrícola. Como encarar a imposição dum Projeto de Vida? A análise metodológica acompanhou uma ação de formação no domínio do “bom carácter”. Na “codificação aberta” se introduziram as motivações futuras e as recordações. O enquadramento teórico ainda abordou duas autoimagens: “eu obrigatório” e “eu ideal” (Higgins et al., 1994, p. 276). Para o despertar da nossa “sensibilidade teórica” (Strauss e Corbin, 1990, pp. 41-47), efetuou-se a “análise de palavras, frases, parágrafos”; e usou-se a técnica de “vaivém” entre fenómenos. Uma “bandeira vermelha” foi colocada ao não se formularem certas perguntas a alunos “desmotivados”. Na dimensão “trajeto passado-desejo futuro”, construíram-se três códigos: Eu ideal (futuro), mudança (passado) e solidão atual. No primeiro, as categorias foram ambições e profissões, com subcategorias por sexo.
As profissões ambicionadas nunca foram da área agrícola. No segundo código, o relevo foi para a mudança no aspeto físico, personalidade, amizades, namoros e rejeição, transição, admissão na EFA, datas comemorativas… No terceiro código, evidenciou-se o afastamento forçado de pais, o isolamento delas e papéis de género. Não se detetou indisciplina ou revolta contra normas. O roteiro de rapazes no trabalho de roçar mato é distinto dos padrões de ação delas. Impõe-se a afetação de recursos, formação docente, nomeadamente o incentivo ao sucesso, quando o ratio alunosdocente seja baixo e a relação escola-família agrícola (REFA) seja efetiva. Difícil é separar o resultado REFA do efeito placebo, de que beneficiam alunos sempre que adultos se envolvem em um dispositivo em que “acreditam”.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Dettagli dell'articolo

Come citare
Zamith Cruz, J., & Costa, M. (2019). Jovens maranhenses de escola família agrícola: do eu obrigatório/ideal ao eu atual. Revista INFAD De Psicología. International Journal of Developmental and Educational Psychology., 1(2), 177–186. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2019.n2.v1.1686
Sezione
Artículos
Biografie autore

Judite Zamith Cruz, Universidade do Minho Instituto de Educação

Universidade do Minho
Instituto de Educação

Marly Costa, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - Brasil

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Maranhão - Brasil

Riferimenti bibliografici

Agnew, R. (1992). Foundations for a general strain theory of crime and delinquency. Criminology, 30(1), 47-88.

Amado, J. & Ferreira, S. (2013). Estudos (auto)biográficos-Histórias de vida. In J. Amado (Coord.),Manual de investigação qualitativa em educação (pp. 169-185). Coimbra: Universidade de Coimbra.

Arkin, R., Oleson, K., & Carroll, P. (2009). Handbook of the uncertain self. New York, NY: Psychology Press.

Bergland, C. (2015). Your precuneus may be the root of happiness and satisfaction. Psychology Today, November 20. Retrieved form: https://www.psychologytoday.com/intl/blog/the-athletesway/201511/your-precuneus-may-be-the-root-happiness-and-satisfaction

Carr, W. (1996). Una teoria para la educación: Hacia una investigación educativa critica. Madrid:Morata.

Cohen, L., Manion, L., & Morrison, K. (2007). Research methods in education (6th Ed.). London:Routledge.

Vidigal, C. (sem data) (Coord.). Fazendo minha história: Guia de ação para colaboradores (3ª Ed.). São Paulo: Instituto Fazendo História. Consultado em https://static1.squarespace.com/static/56b10ce8746fb97c2d267b79/t/56bcc5567da24f4faa269479/1455211873350/guiafmh.pdf

Festinger, L. (1957). A theory of cognitive dissonance. Stanford, CA: Stanford University Press.

Freire, P. (1997). Pedagogia da esperança. S. Paulo: Paz e Terra.

Have, P. (2002). The notion of member in the heart of the matter: On the role of membership knowledge in the ethnomethodology inquiry. Forum: Qualitative Social Research, 3(3), art. 21-September 2002. Retrieved form: http://www.qualitative-research.net/index.php/fqs/article/view/834/1812

Higgins, E. (1987). Self-discrepancy: A theory relating self and affect. Psychological Review, 94,319-340.

Higgins, E., Roney, C., Crowe, E., & Hymes, C. (1994). Ideal versus ought predilections for approach and avoidance: Distinct self-regulatory systems. Journal of Personality and Social Psychology,66, 267-286. Retrieved form: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S006526010863810

Houdé, O., Mazoyer, B., Tzourio-Mazoyet, N. (2002). Cerveau et psychologie: Introduction à l’imagerie cérébrale anatomique et fonctionnelle. Paris: PUF.

Kurth, F., Luders, E., Wu, B., & Black, D. (2014). Brain grey matter changes as associated with mindfulness meditation in older adults: An exploratory pilot study using voxel-based morphometry, Neuro, 1(1), 23-26. Doi:10.17140/NOJ-1-106

Latorre, A. (2003). La investigación-accion: Conocer y cambiar la práctica educativa. Barcelona, España: Graó.

Leonard, N. H., Beauvais, L. L., & Scholl, R. W. (1999). Work motivation: The incorporation of selfconcept-based processes. Human Relations, 52(8), 969-998.

Morin, E. (2000). Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF:UNESCO.

Posner, M. & Rothbart, M. (2007). Research on attention networks as a model for integration of psychological science. Annual Review of Psychology, 58, 1-27.

Prochaska, J. O., Norcross, J. C. & DiClemente, C. C. (1994). Changing for good. New York, NY: Morrow.

PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO - BRALF (Julho 2011). Orientações sobre o Programa Brasil Alfabetizado. portal.mec.gov.br. Consultado em 2 de novembro de 2019.

PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO (2009). Escravo, nem pensar! (2ª Ed.). Consórcio MEC/OIT/ONG Repórter Brasil.

Rose, G. (2005). Visual methodologies. London: Sage Publications.

Rosenthal, R. (1973). The mediation of Pygmalion effects: A four-factor ‘theory’. Papua New Guinea Journal of Education, 9, pp. 1-12.

Rosenthal, R. (2002). The Pygmalion effect and its mediating mechanisms. In J. Aronson (Ed.), Improving academic achievement: Impact of psychological factors on education (pp. 25-36). San Diego, CA: Academic Press. Retrieved form: http://dx.doi.org/10.1016/B978-012064455-1/50005-1

Rosenthal, R. & Jacobson, L. (1968). Pygmalion in the classroom. New York, NY: Holt, Rinehart & Winston.

Schwarz, N. & Clore, G. L. (2007). Feelings and phenomenal experiences. In A. Kruglanski & E. Higgins (2007). Social psychology handbook of basic principles (pp. 385-407) (2nd E.). New York, NY: Guilford Press.

Schwarz, N. & Clore, G. (1988). I do I feel about it? The information function of affective states. In K. Fiedler & J. Forgas (Eds.), Affect, cognition and social behavior: New evidences and integrative attempts (pp. 44-63).Toronto: C. J. Hogrefe.

Strauss, A. & Corbin, J. (1990). Basics of qualitative research: Grounded theory procedures and techniques. Newbury Park, CA: Sage.

Zamith-Cruz, J. & Costa, M. (2019). Da investigação-ação à Grounded Analysis: Experiências de adolescentes no Nordeste do Brasil. In P. Costa, S. O. Sá, P. Castro, &, D. N. Souza (Eds.), Atas do 8º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa CIAIQ 2019: Investigação Qualitativa em Educação (pp. 757-762). Volume 1. Oliveira de Azeméis, Aveiro: Ludomedia.

Zimmerman, D. H. & Wieder, D. L. (1970). Ethnomethodology and the problem of order: Comment on Denzin. In J. D. Douglas (Ed.), Understanding everyday life: Towards a reconstruction of sociological knowledge (pp. 285-298). Chicago, Il: Aldine.