Impacto da questão “quanto tempo me resta de vida?” numa estudante de pós-graduação em cuidados paliativos
Contenuto principale dell'articolo
Abstract
A formação avançada em Cuidados Paliativos possibilita o desenvolvimento de competências específicas nos estudantes. Objetivos: relatar a experiência vivenciada por uma estudante de pós-graduação, durante o seu estágio integrada numa equipa intra-hospitalar de suporte em cuidados paliativos (EIHSCP), a qual foi interpelada por um doente: “Quanto tempo me resta de vida?” e promover a reflexão sobre a angústia espiritual do doente e quais as ferramentas de gestão emocional que o enfermeiro necessita ter para, com perícia, gerir as emoções. Procedimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A vivência descrita baseia-se na observação e registos efetuados durante seis visitas realizadas pela estudante e EIHSCP. Foi priorizado o relato das experiências na 1ª, 2ª, 3ª e 6ª visita, pela relevância dos dados. Os princípios éticos, inerentes ao relato da experiência, foram respeitados. Resultados: Doente do sexo masculino, em fim de vida, com adenocarcinoma pulmonar em estadio IV. Na primeira e restantes visitas manifestou vontade de ir para casa. A estudante desenvolveu o sentido de observação, utilizou a escuta ativa e o silêncio terapêutico. Na 2ª visita, foi abordada a possibilidade do apoio espiritual cristão. Esta abordagem despertou no doente a questão de âmbito espiritual “quanto tempo me resta de vida?”. A estudante confrontou-se com sentimentos de compaixão, medo e angústia espiritual, necessitando de desenvolver a autorreflexão. Na 3ª visita, houve a conferência familiar e a mãe do doente colocou a mesma questão. A estudante utilizou as ferramentas de consciencialização para com a família. Na 6ª visita, o doente continuava a perguntar “quanto tempo me resta?”, manifestando angústia por não se ter despedido da família e amigos. A estudante desenvolveu a compaixão, mantendo o conforto psico-espiritual do doente. Conclusão: A aprendizagem diferenciada em cuidados paliativos, dota o enfermeiro de ferramentas capazes de manter um cuidado humanizador para além das intervenções meramente tecnicistas.
Downloads
Dettagli dell'articolo
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Non opere derivate 4.0 Internazionale.
Aquellos autores/as que tengan publicaciones con esta revista, aceptan los términos siguientes:
- Los autores/as conservarán sus derechos de autor y garantizarán a la revista el derecho de primera publicación de su obra, el cuál estará simultáneamente sujeto a la Licencia de reconocimiento de Creative Commons que permite a terceros copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato bajo los siguientes términos: —se debe dar crédito de manera adecuada, brindar un enlace a la licencia, e indicar si se han realizado cambios. Puede hacerlo en cualquier forma razonable, pero no de forma tal que sugiera que usted o su uso tienen el apoyo de la licenciante (Atribución); — no se puede hacer uso del material con propósitos comerciales (No Comercial); — si se remezcla, transforma o crea a partir del material, no podrá distribuirse el material modificado (Sin Derivadas).
- Los autores/as podrán adoptar otros acuerdos de licencia no exclusiva de distribución de la versión de la obra publicada (p. ej.: depositarla en un archivo telemático institucional o publicarla en un volumen monográfico) siempre que se indique la publicación inicial en esta revista.
- Se permite y recomienda a los autores/as difundir su obra a través de Internet (p. ej.: en archivos telemáticos institucionales o en su página web) antes y durante el proceso de envío, lo cual puede producir intercambios interesantes y aumentar las citas de la obra publicada. (Véase El efecto del acceso abierto).
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-SinObraDerivada 4.0 Internacional.
Riferimenti bibliografici
Apóstolo, J. L. A., Batista, A. C. M., Macedo, C. M. R., & Pereira, E. M. (2006). Sofrimento e conforto em doentes submetidas a quimioterapia. Revista de Enfermagem Referência, 2(3), 56–64. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=388239950006
Baer, R. A., Smith, G. T., Hopkins, J., Krietemeyer, J., & Toney, L. (2006). Using self-report assessment methods to explore facets of mindfulness. Assessment. https://doi.org/10.1177/1073191105283504
Brown, K. W., & Ryan, R. M. (2003). The Benefits of Being Present: Mindfulness and Its Role in Psychological Well-Being. In Journal of Personality and Social Psychology. https://doi.org/10.1037/0022-3514.84.4.822
Cabaço, S. R., Caldeira, S., Vieira, M., & Rodgers, B. (2018). Spiritual Coping: A Focus of New Nursing Diagnoses. International Journal of Nursing Knowledge, 29(3), 156–164. https://doi.org/10.1111/2047-3095.12171
Catanzaro, A. M., & McMullen, K. A. (2001). Increasing nursing students’ spiritual sensitivity. Nurse Educator, 26(5), 221–226. https://doi.org/10.1097/00006223-200109000-00011
Costa, A., P.; Poles, K. & Silva, E. (2016). Formação em cuidados paliativos: experiência de alunos de medicina e enfermagem. Interface (Botucatu), 20 (59):1041-52. https://doi.org/10.1590/1807-57622015.0774
Delio, I. (2020). Suffering and Sacrifice in an Unfinished Universe: The Energy of Love. Religions, 11(7), 335. https://doi.org/10.3390/rel11070335
Gamondi, C., Larkin, P., & Payne, S. (2013). Competências Centrais em Cuidados Paliativos: um guia orientador da EAPC sobre educação em Cuidados Paliativos. European Journal of Palliative Care, 20, (2), 86-91. https://pt.scribd.com/document/267428947/Guia-Profissional-Eapc.
Ghanizadeh, A., Al-Hoorie, A. H., & Jahedizadeh, S. (2020). Mindfulness. In Second Language Learning and Teaching. https://doi.org/10.1007/978-3-030-56711-8_7
Gottlieb, L. (2016). O Cuidar em Enfermagem Baseado nas Forças (1st ed.). Springer Publishing Company.
Hofmann, S. G., Grossman, P., & Hinton, D. E. (2011). Loving-kindness and compassion meditation: Potential for psychological interventions. In Clinical Psychology Review. https://doi.org/10.1016/j.cpr.2011.07.003
Köche, J. C. (2011). Fundamentossde Metodologia Científica - Teoria da Ciência e iniciação à pesquisa (1a, Vol. 1). Petrópolis, RJ: Vozes Ltda. http://www.vozes.com.br
Maciel, E. A. (2013). O potencial de reconstrução da autonomia no autocuidado : estudo exploratório acerca da sua concretização numa amostra de clientes, três meses após a alta hospitalar. https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/9453
Martins, M. C. (2010). Aliviando o sofrimento: o processo de acompanhamento de enfermagem ao doente em final de vida [Universidade de Lisboa]. https://repositorio.ul.pt/handle/10451/3185
Meletti, S., Cantalupo, G., Benuzzi, F., Mai, R., Tassi, L., Gasparini, E., Tassinari, C. A., & Nichelli, P. (2012). Fear and happiness in the eyes: An intra-cerebral event-related potential study from the human amygdala. Neuropsychologia, 50(1), 44–54. https://doi.org/10.1016/j.neuropsychologia.2011.10.020
Organização Mundial de Saúde. (2014). Global Atlas of Palliative Care at the end of life. http://www.who.int/nmh/Global_Atlas_of_Palliative_Care.pdf
Peres, M. F. P., Arantes, A. C. D. L. Q., Lessa, P. S., & Caous, C. A. (2007). Incorporating spirituality and religiosity in pain management and palliative care. In Revista de Psiquiatria Clinica (Vol. 34, Issue SUPPL. 1, pp. 82–87). UNIV SAOPAULO. https://doi.org/10.1590/S0101-60832007000700011
Silva, M.J.P., & Araujo, M.M.T. (2009) Sentido da comunicação em cuidados paliativos. In Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de Cuidados Paliativos (pp. 49-57). Rio de Janeiro: Diagraphic.
Sutton, A. (2016). Measuring the effects of self-awareness: Construction of the self-awareness outcomes questionnaire. Europe’s Journal of Psychology. https://doi.org/10.5964/ejop.v12i4.1178
Vieira, M. (2017). Ser enfermeiro: da compaixão à proficiência (3rd ed.). Universidade Católica Portuguesa.