Relação e cuidados filiais na velhice: contributos da ansiedade filial
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Abstract
Uma das consequências de uma sociedade envelhecida é a crescente necessidade de cuidadores, particularmente cuidadores informais. A investigação sugere que as necessidades de cuidados dos adultos mais velhos estão a tornar-se cada vez mais uma responsabilidade dos filhos adultos. Neste contexto, conceitos como maturidade filial e ansiedade filial são muito uteis pois permitem compreender as transformações que ocorrem na relação pais envelhecidos-filhos adultos. A investigação neste âmbito tem reunido evidências que sugerem a relevância da ansiedade filial para os cuidados filiais, na medida em que desempenha um papel importante na disponibilidade e qualidade do cuidado proporcionado, pois pode, antecipadamente, condicionar a capacidade do cuidador informal para cuidar. O presente estudo tem como objectivos (1) avaliar a ansiedade filial em filhos adultos portugueses de meia-idade e (2) explorar a sua relação com características destes cuidadores informais. Participam no estudo 130 adultos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 35 e os 64 anos (M = 50.25; DP = 7.97) e com pelo menos um familiar idoso vivo, avaliados com a Escala de Ansiedade Filial. Os resultados sugerem que as mulheres apresentam níveis mais elevados de ansiedade filial, assim como os adultos menos instruídos. Estes resultados vão no mesmo sentido dos da literatura internacional no domínio, o que parece reforçar o papel da ansiedade filial na qualidade das relações filiais na vida adulta, particularmente ao nível dos cuidados filiais na velhice, com fortes implicações para os cuidadores informais e os idosos.
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