Determinantes de alterações músculo-esqueléticas em adolescentes: impllicações para a prevenção
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Resumo
Introdução: O tendencial aumento da incidência e prevalência de alterações músculo-esqueléticas tem sido encarado como algo preocupante, sobretudo na faixa etária da adolescência, dada a sua evolução para a cronicidade. Neste contexto, este estudo tem como principais objectivos: avaliar a prevalência das alterações músculo-esqueléticas em adolescentes; e identificar um conjunto de determinantes sociodemográficos, antropométricos e circunstanciais associados a essas mesmas alterações músculo esqueléticas. Métodos: Estudo de natureza quantitativa, transversal e descritivo correlacional, com recurso a uma amostra probabilística aleatória simples, composta por 200 adolescentes que frequentam três escolas do concelho de Viseu - Portugal, na sua maioria do sexo feminino (52%), residentes em meio rural (70,5%) e com uma média de idades de 12,54 anos (Dp=1,76). O instrumento de colheita de dados integrou 4 secções: caracterização sócio-demográfica, antropométrica, circunstancial; e avaliação das perturbações músculo-esqueléticas, com recurso ao Questionário Nórdico Músculo-Esquelético. Resultados: os adolescentes evidenciam alterações músculo-esqueléticas, reportadas aos últimos 12 meses, na sua maioria a nível do pescoço (35%), seguido do ombro (27,5%), tornozelo (26%), zona lombar (22,5%), joelhos (19,5%), punho/mão (13%), anca (11%), tórax (10,5%) e, finalmente, cotovelo (4,5%). Como determinantes das perturbações músculo-esqueléticas constatou-se que são os adolescentes que frequentam o 7º ano, do género masculino, que praticam desporto, com má qualidade de sono, que dormem em colchões duros, que têm peso da mochila superior a 10% do peso corporal, que consideram o mobiliário escolar desconfortável e com postura desadequada (posição da coluna curvada, longe da cadeira e posição dos pés pendurados/esticados) que apresentam uma maior incidência de alterações músculo-esqueléticas. Já o efeito da idade, local de residência, estabelecimento de ensino, antecedentes patológicos, uso de cacifo, meio de transporte casa-escola e escola-casa, método de transporte do material escolar e tempo gasto no transporte do material escolar não se revelou estatisticamente significativo. Conclusão: Este estudo evidencia efectivamente de que as perturbações músculo-esqueléticas estão presentes num grupo muito significativo de adolescentes. Facto que permite constatar a necessidade de desenvolver estratégias de prevenção na área da saúde escolar, onde a intervenção dos profissionais de saúde em articulação com os da educação pode ser determinante.
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