O efeito do clima escolar e localização da escola sobre o bullying na transição para o 2º ciclo
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Resumo
Nas últimas décadas, o fenómeno do bullying tem sido considerado um problema transversal praticamente ubíquo em escolas de todo o mundo. No entanto, existem pouco estudos longitudinais que analisem a evolução dos comportamentos de vitimização e perpetração de bullying durante transições escolares para o 2º ciclo em escolas localizadas em meio rural e urbano. No presente estudo, empregamos uma metodologia longitudinal, com avaliações durante dois anos letivos consecutivos, para analisar a influência que a localização da escola e duas dimensões do clima escolar (relação aluno-aluno e relação professor-aluno) apresentam sobre a evolução dos comportamentos de vitimização e perpetração de bullying durante a transição escolar para o 2º ciclo. O estudo analisa ainda existem diferenças de género na evolução dos comportamentos de vitimização e perpetração de bullying durante esta transição.
Os resultados indicam que, durante a transição para o 2º ciclo, os comportamentos de vitimização se mantiveram constantes, enquanto os comportamentos de perpetração de bullying diminuíram significativamente. No entanto, durante este período, os comportamentos de vitimização aumentaram apenas para os rapazes, não tendo sido encontradas diferenças entre géneros relativamente à evolução dos comportamentos de perpetração de bullying. Os alunos que reportam perceções mais positivas da relação professor-aluno apresentam uma maior diminuição maior dos comportamentos de vitimização e perpetração de bullying. Adicionalmente, alunos que transitaram para uma escola de 2º ciclo em meio rural reportaram uma trajetória mais negativa nos comportamentos de vitimização e perpetração de bullying do que os alunos que transitaram para uma escola em meio urbano.
Desta forma, é possível concluir que as características da escola de 2º ciclo influencia a evolução dos comportamentos de vitimização e perpetração de bullying durante a transição para o 2º ciclo em Portugal, sublinhando a necessidade de investimento na criação de clima escolares positivos.
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