O contributo dos fatores psicológicos na ocorrência do parto pré-termo
Hauptsächlicher Artikelinhalt
Abstract
Algumas variáveis psicológicas da mulher parecem estar em estreita relação com a evolução clínica da gravidez e o resultado do parto. No entanto, acerca dos fatores de risco para o parto prétermo, é necessário aprofundar conhecimentos na área do risco psicológico que permitam uma prevenção mais eficaz. Objetivos: relacionar o resultado do parto, no que se refere à idade gestacional, tipo de parto e características do bebé, com as variáveis psicológicas avaliadas durante a gravidez, vinculação materna pré-natal, sintomatologia psicopatológica e coping. Metodologia: estudo prospetivo, descritivo-correlacional; amostra constituída por 395 mulheres no segundo trimestre de gravidez e no pós-parto que frequentaram consultas pré-natais na zona centro do país. Instrumentos de pesquisa: Questionário Clínico relativo ao Resultado do Parto; Questionário Sociodemográfico e Clínico na Gravidez; Maternal Antenatal Attachment Scale; Brief Symptoms Inventory (BSI); Inventário de Resolução de Problemas (IRP). Resultados: a idade gestacional e o peso do bebé ao nascer, por um lado, e as variáveis da vinculação pré-natal, BSI e IRP, por outro lado, não se correlacionam significativamente. A qualidade da vinculação pré-natal materna era mais elevada nas mulheres que vieram a ter um parto por fórceps ou ventosa, em comparação com as que fizeram cesariana (p = .05). A maior parte das mulheres teve uma gravidez saudável (75.7%). A diferença entre estas e as que sofreram alguma patologia obstétrica situa-se na Sensibilidade Interpessoal e Pedido de Ajuda, favoráveis às primeiras. Mulheres com pontuações mais elevadas na Vinculação Materna Total e Intensidade da Preocupação têm mais probabilidade de ter bebés com problemas de saúde. Existe uma associação entre as variáveis clínicas, a saúde do bebé no momento do nascimento e a patologia obstétrica do II e do III trimestre. Conclusão: Fatores psicológicos pré-natais como a vinculação pré-natal não parecem exercer influência na patologia obstétrica nem no resultado do parto mas parecem desempenhar um papel importante na forma como a grávida vive a gestação e o trabalho de parto.
Downloads
Artikel-Details
Aquellos autores/as que tengan publicaciones con esta revista, aceptan los términos siguientes:
- Los autores/as conservarán sus derechos de autor y garantizarán a la revista el derecho de primera publicación de su obra, el cuál estará simultáneamente sujeto a la Licencia de reconocimiento de Creative Commons que permite a terceros copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato bajo los siguientes términos: —se debe dar crédito de manera adecuada, brindar un enlace a la licencia, e indicar si se han realizado cambios. Puede hacerlo en cualquier forma razonable, pero no de forma tal que sugiera que usted o su uso tienen el apoyo de la licenciante (Atribución); — no se puede hacer uso del material con propósitos comerciales (No Comercial); — si se remezcla, transforma o crea a partir del material, no podrá distribuirse el material modificado (Sin Derivadas).
- Los autores/as podrán adoptar otros acuerdos de licencia no exclusiva de distribución de la versión de la obra publicada (p. ej.: depositarla en un archivo telemático institucional o publicarla en un volumen monográfico) siempre que se indique la publicación inicial en esta revista.
- Se permite y recomienda a los autores/as difundir su obra a través de Internet (p. ej.: en archivos telemáticos institucionales o en su página web) antes y durante el proceso de envío, lo cual puede producir intercambios interesantes y aumentar las citas de la obra publicada. (Véase El efecto del acceso abierto).
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-SinObraDerivada 4.0 Internacional.
Literaturhinweise
Andersson, L., Sundstrom-Poromaa, I., Wulff, M., Astrom, M., & Bixo, M. (2004). Implications of antenatal depression and anxiety for obstetric outcome. Obstetrics & Gnyecology, 104 (3), Sept., 467-476.
Berle, J. O., Mykletun, A., Daltveit, A. K., Rasmussen, S., Holsten, F., & Dahl, A. A. (2005). Neonatal outcomes in offspring of women with anxiety and depression during pregnancy. Archives of Women’s Mental Health, 8, 181-189.
Bielawska-Batorowicz, E., & Siddiqui, A. (2008). A study of prenatal attachment with Swedish and Polish expectant mothers. Journal of Reproductive and Infant Psychology, 36 (4), November, 373-384.
Borjesson, K., Ruppert, S., & Bagedahl-Strindlund, M. (2005). A longitudinal study of psychiatric symptoms in primiparous women: relation to personality disorders and sociodemographic factors. Archives of Women’s Mental Health, 8, 232-242.
Brandon, A. R., Trivedi, M. H., Hynan, L. S., Miltenberger, P. D., Labat, D. B., Rifkin, J. B., & Stringer, C. A. (2008). Prenatal depression in women hospitalized for obstetric risk. Journal of Clinical Psychiatry, 69(4), April, 635-643.
Brazelton, T. B. & Cramer, B. (1993). A relação mais precoce. Lisboa: Terramar.
Bullinger, A. & Goubet, N. (1999). Le bébé prématuré, acteur de son développement. Enfance, 1, 27-32. Presses Universitaires de France.
Camarneiro, A. P. & Justo, J. (2010). Padrões de vinculação pré-natal. Contributos para a adaptação da Maternal and Paternal Antenatal Attachment Scale em casais durante o segundo trimestre de gestação na região Centro de Portugal. Revista Portuguesa de Pedopsiquiatria, 28, 7-22.
Camus, J. L. (2002). O verdadeiro papel do pai. Porto: Âmbar.
Canavarro, M. C. (1999). Inventário de sintomas psicopatológicos – B. S. I.. In M. R. Simões, M. M. Gonçalves, & L. S. Almeida (Eds.). Testes e Provas Psicológicas em Portugal. Vol. 2. Braga: APPORT/SHO: 95-108.
Condon, J. T. (1993). The assessment of antenatal emotional attachment: development of a questionnaire instrument. British Journal of Medical Psychology, 66, 167-183.
Curry, M. A. (1987). Maternal behavior of hospitalized pregnant women. Journal of Psychosomatic Obstetrics and Gynecology, 7, 165-181.
Dayan, J., Creveuil, C., Marks, M. N., Conroy, S., Herlicoviez, M., Dreyfus, M., & Tordjman, S. (2006). Prenatal depression, prenatal anxiety and spontaneous preterm birth: a prospective cohort study among women with early and regular care. Psychosomatic Medicine, 68, 938-946.
Dickstein, S., Seifer, R., & Albus, K. E. (2009). Maternal adult attachment representations across relationship domains and infant outcomes: the importance of family and couple functioning. Attachment & Human Development, 11(1), 5-27.
DiPietro, J.A., Ghera, M. M., Costigan, K., & Hawkins, M. (2004). Measuring the ups and downs of pregnancy stress. Journal of Psychosomatic, Obstetrics and Gynecology, 25, 189-201.
Faisal-Cury, A., & Menezes, P. R. (2007). Prevalence of anxiety and depression during pregnancy in a private setting sample. Archives of Women’s Mental Health, 10, 25-32.
Field, T., Diego, M., Hernandez-Reif, M., Figueiredo, B., Ascencio, A., Schanberg, S., & Kuhn, C. (2008). Prenatal dysthymia versus major depression effects on maternal cortisol and fetal growth. Depression and Anxiety, 25, E11-E16.
Fonagy, P. (2004). Théorie de l´attachement et psychanalyse. Paris: Érès.
Golse, B. (2007). O ser-bebé. Lisboa: Climepsi.
Jolley, S. N. & Spach, T. (2008). Stress System Dysregulation in Perinatal mood disorders. In S. D. Stone, & A. Menken (Eds.). Perinatal and postpartum mood: perspectives and treatment guide for the health care practitioner. New York: Springer Publishing Company, 133-151.
Justo, J. (1990). Gravidez e mecanismos de defesa: Um estudo introdutório. Análise Psicológica, 8 (2), 371-376.
Justo, J. (1994). Evolução da ansiedade e dos mecanismos de defesa ao longo da gravidez. Lisboa: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Tese de doutoramento.
Justo, J. (1997). Os bebés prematuros, as mães deles e os psicólogos de quem eles precisam. Psicologia, Teoria, Investigação e prática, 2, 307-332.
Justo, J. (2002). The psychological interpretation of clinical pathology in pregnancy: a continuity hypothesis. Revista Portuguesa de Psicossomática, 4(1), Jan/Jun, 109-130.
Kemp, V. H. & Page, C.K. (1987). Maternal prenatal attachment in normal and high-risk pregnancies. Journal of Obstetric, Gynecologic and Neonatal Nursing, 16, 178-184.
Klaus, M. H. et al, (1975). Human maternal behaviour at first contact with her young. Pediatrics. 46, 187-192.
Lebovici, S. (1987). O bebé, a mãe e o psicanalista. Portalegre: Artes Médicas.
Lequien, P. (1999). Survie et qualité de survie des grands prématurés. Enfance, 1, 93-95. Presses Universitaires de France.
Marcus, S.M. (2009). Depression during pregnancy: rates, risks and consequences. Canadian Journal Clinical Pharmacology, 16 (1), Winter, 15-22.
Matthey, S, Barnett, B., Ungerer, J. & Waters, B (2000). Paternal and maternal depressed mood during the transition to parenthood. Journal of Affective Disorders, 60 (2), 75-85.
McLean, M., Walters, W. A. W., & Smith, R. (1993). Prediction and early diagnosis of preterm labor: a critical review. Obstetrical and Ginecological Survey, 48, (4), 209-225.
Mercer, R. T., Ferketich, S. L., May, K., DeJoseph, J., & Sollid, D. (1988). Further exploration of maternal and paternal fetal attachment. Research in Nursing and Health, April, 11(2), 83-95.
Misri, S. & Joe, K. (2008). Perinatal mood disorders. In S. D. Stone & A. Menken (Eds.). Perinatal and postpartum mood: perspectives and treatment guide for the health care practitioner. New York: Springer Publishing Company, 64-83.
Miura, E. (1991). Neonatologia, princípios e práticas. Porto Alegre: Artes Médicas.
Norman, J. & Greer, I. (Ed.) (2005). Preterm labour: managing risk in clinical practice. Cambridge University Press.
O´Hara, M. W. (2009). Pospartum depression: what we know. Journal of Clinical Psychology, 65 (12), 1258-1269.
Pereira, M.G., Santos, A.C., & Ramalho, V. (1999). Adaptação à gravidez: um estudo biopsicossocial. Análise Psicológica, 17 (3), Set., 583-590.
Sá, E. (1996). Relatório de Consenso sobre Diabetes e Gravidez. Revista de Endocrinologia, Metabolismo e Nutrição, 5 (1), 63-109.
Teichmann, A. T. & Breull A. (1989). Ein neues Konzept psychosomatischer Forschung am Beispiel der vorzeitigen Wehentatigkeit. Zsch. Psychosom. Med. 35, 256-276.
Thompson, J. & Ashwill, J. (1996). O recém-nascido de alto risco. In Uma introdução à enfermagem Pediátrica. 6ª Ed. Arte Médicas: Porto Alegre.
Vaz Serra, A. (1988). Um estudo sobre coping: o inventário de resolução de problemas. Psiquiatria Clínica, 9 (4), 301-316.
White, O., McCorry, N. K., Scott-Heyes, G., Dempster, M., & Manderson, J. (2008). Maternal appraisals of risk, coping and prenatal attachment among women hospitalised with pregnancy complications. Journal of Reproductive and Infant Psychology, 26 (2) May, 74-85.