Conceções de jovens sobre o funcionamento positivo de adultos de meia idade e idosos

Contenido principal del artículo

Maria João Carapeto
Luísa Grácio
Heldemerina Pires

Resumen

O funcionamento positivo na meia idade e nos idosos tem sido associado a um conjunto de características e processos desenvolvimentais. Na meia idade, a adaptação psicológica foi associada à generatividade ou ao alcançar e manter um nível profissional satisfatório, enquanto nos idosos tem sido conotada com a aceitação e reflexão positiva sobre a vida passada e presente ou com o envelhecimento ativo. O funcionamento positivo tem sido também concetualizado em termos do bem-estar subjetivo (afetos positivos, satisfação com a vida), psicológico (autoaceitação, relações positivas com os outros, autonomia, domínio do ambiente, propósito na vida, crescimento pessoal) e social (coerência, atualização, integração aceitação e contribuição sociais). Diferentes autores sublinham também diferenças sociais, socioeconómicas e culturais na adaptação psicossocial. No entanto, pouco se sabe sobre as conceções pessoais das pessoas mais jovens sobre o funcionamento positivo dos mais velhos. Assim, o objetivo principal deste estudo foi explorar e comparar os critérios de funcionamento positivo das pessoas de meia idade e idosos, do ponto de vista dos jovens. Uma amostra de estudantes universitários respondeu a um questionário, indicando caraterísticas do funcionamento positivo de quatro pessoas conhecidas (duas de meia idade e duas idosas) das suas comunidades. Foram gerados 434 descritores de 55 pessoas de meia idade e de 52 idosos e efetuada uma análise de conteúdo considerando categorias teóricas de bem-estar subjetivo, psicológico e social. Procedeu-se depois a análise qualitativa e quantitativa. Os descritores relacionados com o bem-estar psicológico foram mais frequentes que os do bem-estar subjetivo, nas duas etapas da vida. Não se registaram diferenças entre meia idade e idosos quanto à frequência das categorias de bem-estar psicológico, mas algumas categorias do bem-estar subjetivo foram mais referidas numa das etapas. Os participantes não usaram descritores de bem-estar social. Os resultados são discutidos no contexto da literatura sobre o tema. 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Cómo citar
Carapeto, M. J., Grácio, L., & Pires, H. (2021). Conceções de jovens sobre o funcionamento positivo de adultos de meia idade e idosos. Revista INFAD De Psicología. International Journal of Developmental and Educational Psychology., 2(2), 181–190. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2021.n2.v2.2224
Sección
Artículos

Citas

Arnett, J. J. (2016). Does emerging adulthood theory apply across social classes? National data on a persistent question. Emerging adulthood, 4(4), 227-235.

Baltes, P. B., Lindenberger, U. & Staudinger, U. M. (2006). Life Span Theory in Developmental Psychology. In W. Damon & R. M. Lerner, Handbook of Child Psychology. Vol. I, Theoretical Models of Human Development (pp. 569-664). Hoboken, New Jersey: Wiley.

Bardin, L. (2008). Analise de Conteudo (5th Ed.). Lisboa: Edicoes 70.

Cabral, M. V., Ferreira, P.M., Silva, P.A., Jeronimo, P. & Marques, T. (2013). Processos de envelhecimento em Portugal: usos do tempo, redes sociais e condicoes de vida. Lisboa: Fundacao Francisco Manuel dos Santos.

Carlquist, E., Ulleberg, P., Delle Fave, A., Nafstad, H. E., & Blakar, R. M. (2017). Everyday understandings of happiness, good life, and satisfaction: Three different facets of well-being. Applied Research in Quality of Life, 12(2), 481-505.

Coleman, J. C. (2011). The nature of adolescence (4th Ed). New York, NY: Psychology Press.

Diener, E. (2000). Subjective well-being: The science of happiness and a proposal for a national index. American Psychologist, 55, 34-43.

Douma, L., Steverink, N., Hutter, I., & Meijering, L. (2017). Exploring subjective well-being in older age by using participant-generated word clouds. The Gerontologist, 57(2), 229-239.

Durbrow, E. H., Pen, L. F., Masten, A., Sesma, A., & Williamson, I. (2001). Mothers’ conceptions of child competence in contexts of poverty: The Philippines, St Vincent, and the United States. International Journal of Behavioral Development, 25(5), 438-443.

Erikson, E (1959). Identity and the Life Cycle. New York, N.Y.: Norton.

Havighurst, R. J. (1948). Developmental tasks and education. University of Chicago Press.

Karasawa, M., Curhan, K. B., Markus, H. R., Kitayama, S. S., Love, G. D., Radler, B. T., & Ryff, C. D. (2011). Cultural perspectives on aging and well-being: A comparison of Japan and the United States. The International Journal of Aging and Human Development, 73(1), 73-98.

Keyes, C. L. M. (1998). Social well-being. Social psychology quarterly, 61(2), 121-140.

Keyes, C. L., Shmotkin, D., & Ryff, C. D. (2002). Optimizing well-being: the empirical encounter of two traditions. Journal of Personality and Social Psychology, 82(6), 1007-1022.

Markus, H. R. & Kitayama, S. (2010). Cultures and selves. A cycle of mutual constitution. Perspectives on Psychological Science, 5(4), 420-430. DOI: 10.1177/1745691610375557

Masten, A. S., & Tellegen, A. (2012). Resilience in developmental psychopathology: Contributions of the project competence longitudinal study. Development and Psychopathology, 24(2), 345-361.

McAdams, D. P. (2006). The redemptive self: Generativity and the stories Americans live by. Research in human development, 3(2-3), 81-100.

Ryff, C. D. (1989). Happiness is everything, or is it? Explorations on the meaning of psychological well-being. Journal of Personality and Social Psychology, 57(6), 1069.

Sastre, M. T. M. (1999). Lay conceptions of well-being and rules used in well-being judgments among young, middle-aged, and elderly adults. Social Indicators Research, 47(2), 203-231.

Westerhof, G. J., Dittmann-Kohli, F., & Thissen, T. (2001). Beyond life satisfaction: Lay conceptions of well-being among middle-aged and elderly adults. Social Indicators Research, 56(2), 179-203.