Relações entre stress parental, tempo dispensado aos filhos e ajuda nos TPC
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Résumé
A discussão académica acerca da questão dos trabalhos para casa (TPC) justificam a concretização do trabalho que agora aqui se apresenta. Neste artigo analisam-se as opiniões de pais e filhos face aos TPC e a associação dessas perspectivas com o stress parental. A amostra foi constituída por 50 crianças a frequentar o 2º ciclo do ensino público português e 50 pais. Utilizou-se um Questionário sociodemográfico e escolar para as crianças e adultos e a Escala de Stress Parental para pais. Neste estudo, a quase totalidade das crianças tem TPC diários, de dificuldade percebida entre “pouca” e “alguma”. Apesar de a maioria das crianças reconhecerem que os TPC contribuem para a obtenção de melhores notas, consideram que são em quantidade excessiva e que recorrem à ajuda dos progenitores para os realizar (sobretudo, recorrem ao apoio da mãe), ocupando assim cerca de uma hora diária. A maioria dos pais considera os TPC úteis na aprendizagem dos educandos, embora concordem que retiram tempo para a comunicação e interação familiares e podem ser fonte de conflito. Consideram que o volume de TPC é inadequado e reconhecem que os filhos não gostam de os fazer sendo que apenas ajudam quando para isso são solicitados. A opinião de que a aprendizagem deve ser feita exclusivamente na escola acolheu suporte por mais de metade dos pais. Registámos, em termos médios, níveis baixos de stress parental, embora mais elevados nos pais das crianças que têm TPC diários. Os pais que nunca ajudam a fazer os TPC apresentam menos preocupações parentais mas, por outro lado, a satisfação é maior e os medos e angústias menores nos pais que ajudam sempre os filhos. O stress parental foi menor em pais que dispensam mais tempo aos seus filhos, sobretudo pelas pontuações mais baixas na Falta de Controlo e Medos e Angústias.
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