Precipitantes e expetativas da passagem à reforma na perspetiva de recémaposentados portugueses

Contenuto principale dell'articolo

Ana Paula Camarneiro
Helena Loureiro

Abstract

Enquadramento: A situação de reforma/aposentação é um dos acontecimentos transicionais da meia-idade para o qual os indivíduos nem sempre estão preparados. O projeto REATIVA, financiado pela FCT [PTDC/MHC–PSC/4846/2012], tem como objetivo construir um programa de intervenção em saúde que promova a autoeficácia, a autoestima e a resiliência familiar no processo de transição que é a aposentação. A primeira etapa deste projeto tem como objetivo perceber de que forma os recém-aposentados portugueses percecionam esta transição. Objetivos: Conhecer as expetativas dos recém-aposentados relativas à vivência da aposentação; compreender os precipitantes dessa transição. Metodologia: Estudo qualitativo, descritivo-exploratório, concretizado com base na informação obtida a partir de entrevistas realizadas em 16 focus group cujos participantes, inscritos em unidades funcionais de saúde de ACES pertencentes à Administração Regional de Saúde do Centro de Portugal, estavam aposentados há 5 ou menos anos. Respeitaram-se os procedimentos éticos e formais inerentes à investigação. Fez-se a análise de conteúdo das entrevistas utilizando o programa QRS International NVivo10®. Resultados: Os recém-aposentados descrevem o momento antes da passagem à reforma para dar sentido ao momento atual. Referem que antes da reforma criaram expetativas sobre a mesma, na forma de idealizações de bem-estar e de projetos a concretizar. Como precipitantes da passagem à reforma, os participantes apontaram a ausência de saúde, a busca de benefícios pessoais e familiares e a iminência de um desemprego indesejado. Alguns dos aposentados referem-se ao período entre o pedido de reforma e a sua efetivação como um momento de introspeção, de preparação para a nova fase da vida, comparável à moratória psicossocial, de Erikson (1971). Conclusões: A aposentação é uma transição desejada por muitos, é precipitada por vários fatores e é tida como a possibilidade de concretização de atividades não possíveis no ativo. Continuaremos a estudar esta fase de transição para conhecer de que forma se concretizam as expetativas criadas.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Dettagli dell'articolo

Come citare
Camarneiro, A. P., & Loureiro, H. (2014). Precipitantes e expetativas da passagem à reforma na perspetiva de recémaposentados portugueses. Revista INFAD De Psicología. International Journal of Developmental and Educational Psychology., 2(1), 39–46. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2014.n1.v2.415
Sezione
Artículos

Riferimenti bibliografici

Atchley, R. (1996). Retirement. In J. Birren (Ed.), Encyclopaedia of gerontology (Vol. 2, pp. 423-454): Academic Press.

Baltes & Baltes (1993). Successful aging: perspectives from behavioural sciences. Cambridge:Cambridge University Press.

Chanlat, J. et al. (1996). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Editora Atlas.

Erikson, E. H. (1971). Infância e sociedade. São Paulo: Zahar.

Fernandes, A. (2001). Velhice, solidariedades familiares e política social: itinerário de pesquisa em torno do aumento da esperança de vida. . Revista Sociologia, 36, 39-52.

Fonseca, A. (2011). Reforma e Reformados. Coimbra: Almedina.

Lachman, M. (2001). Handbook of midlife development. New York: John Wiley.

Loureiro, L.; Veríssimo, M.; Fonseca, A. (2012). Evolução dos comportamentos e do estado de saúde na passagem à reforma. Revista de Enfermagem Referência. III Série - n.° 8, p. 47-52. ISBN: 0874-0283.

Loureiro, H. (2011). Cuidar na “entrada na reforma”: uma intervenção conducente à promoção da saúde de indivíduos e de famílias. (Doutoramento), Universidade de Aveiro, Aveiro. WHO. (2002). Active ageing: a policy framework. Geneva.