Identidade sexual e psicomotricidade relacional: uma investigação-ação com adolescentes no Brasil
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Resumo
Num projeto de Psicomotricidade Relacional tratava-se, a princípio, da temática da violência. Os profissionais, figuras masculina e feminina, depararam-se com uma distorção no movimento específico das adolescentes: não havia espaço para o afeto e detectou-se que era em virtude dos modelos referenciais da vida, impulsionando distorções quanto à sexualidade. Encontrado um novo e interessante foco de investigação, questionou-se sobre como a intervenção Psicomotora Relacional poderia contribuir para que as adolescentes encontrassem a harmonia nesse movimento e evoluíssem nas suas respetivas identidades sexuais, encontrando o lugar de afeto junto aos adultos. A forma como a intervenção profissional dos Psicomotricistas Relacionais autoriza e reconhece o potencial da pessoa em atendimento é fundamental para fazer evoluir as bases dessa identidade. Depois de encontrada e estabelecida a comunicação não verbal no setting de trabalho, é possível ao Psicomotricista Relacional abrir o espaço para que, de maneira desculpabilizada, as adolescentes passem a brincar com a agressividade, a afetividade, a feminilidade, a sensualidade, a cumplicidade feminina, etc., alcançando o ajuste positivo no quotidiano real. Seguiu-se uma metodologia qualitativa (investigação-ação), cujo objetivo consistiu em analisar os efeitos da Psicomotricidade Relacional no ajuste positivo da identidade sexual. A amostra incluiu 10 adolescentes de 12 a 16 anos, de uma escola pública de Fortaleza, Brasil. A intervenção durou um período de 6 meses, com 1 encontro semanal de 1 hora cada. No fim do projeto constatou-se um ajuste nos movimentos das adolescentes, redescobrindo e internalizando novos modelos e referenciais a partir das vivências simbólicas da Psicomotricidade Relacional. O tema é de muita relevância para educadores, profissionais que desenvolvem trabalhos diversos, em especial, com adolescentes, profissionais da saúde e da Psicomotricidade Relacional, principalmente porque expõe a necessidade de se abrir espaços complementares seguros, para que as adolescentes possam vivenciar a afirmação da própria identidade de forma segura e saudável.
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