Um programa de educação estética e artística no 1.º ciclo do ensino básico
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Resum
A educação estética e artística constitui um propósito do sistema de ensino português, sendo aceite a sua importância na formação da personalidade, como área de conhecimento que requer captação, interpretação e fruição do sujeito que, de modo muito particular, se envolve na (re)construção de significados (Bronowsky, 1983). Vários dados empíricos demonstram que esta área contribui para o desenvolvimento integrado de capacidades afetivas, cognitivas e motoras (Delacruz et al, 2009), possibilitando o acesso a uma pluralidade de saberes, bem como a integração de linguagens diferenciadas, que permitem uma leitura crítica do mundo (Marques, 2011). No entanto, a sua concretização é frequentemente secundarizada no currículo relativamente a outras áreas curriculares. Procurando colmatar este dissenso, foi construído e implementado o Programa de Educação Estética e Artística, que assenta numa conceptualização precisa (fruição-contemplação, interpretação-reflexão e experimentação- criação), e mobiliza, a nível nacional, várias instituições, envolvendo uma multiplicidade de agentes educativos. Para consolidar este Programa em contexto escolar, foi desenvolvido um Plano de Formação de Professores. A nossa abordagem centra-se no 1.º Ciclo do Ensino Básico, onde o Programa de Educação Estética e Artística se concretiza na área disciplinar de Expressões – Expressão Plástica e Educação Visual, Expressão e Educação Musical, Expressão Dramática/Teatro e Dança (Departamento da Educação Básica do Ministério da Educação, 2004). Trata-se de uma abordagem que se concretiza no acompanhamento pedagógico-didático da aplicação desse Programa e na avaliação do seu impacto, tanto em termos de aprendizagem (do desenvolvimento dos alunos) como de ensino (no desempenho dos docentes). Estando numa fase exploratória, concretizada em entrevistas semi-estruturadas a professores, os primeiros resultados indicam que estes sujeitos consideram que a educação estética e artística é essencial para o desenvolvimento dos alunos, mas a carga horária que lhe está destinada não é suficiente. Salientam, ainda, que o programa curricular no âmbito das Expressões necessita de adequação aos terrenos educativos.
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